quarta-feira, agosto 11, 2010

Bienal de Gravura espera 100 mil visitantes

São quase três meses a mostrar arte de todo o Mundo. De hoje, terça-feira, a 31 de Outubro, do Porto a Foz Côa, a Bienal Internacional de Gravura do Douro apresenta 16 exposições, 750 obras de 360 artistas de 74 países de todos os continentes. Esperam-se cerca de 100 mil visitantes.
O Núcleo de Gravura de Alijó – cidade que, com Vila Nova de Foz Côa, acolhe, hoje, a abertura –, organizador do evento, passou o último mês a montar as várias mostras. Ao todo, uma dúzia de pessoas dedicaram umas boas horas a instalar expositores, a pregar pregos, em colagens, a pendurar obras, a alinhá-las... Para que esteja tudo impecável na inauguração do que a organização presume ser, em Portugal, "a maior mostra de sempre da arte da gravura".
"João! Vai buscar o nível a ver se este quadro fica direito". O pedido é de Nuno Canelas, director executivo da bienal, e tem como destinatário João Sampaio, seu ex-aluno, de 20 anos. "Vamos ver se fica bem aqui nesta parede", torna. O espaço escasseia e tem de ser bem aproveitado. João chega com o nível e Canelas avança com o martelo e um prego para o local escolhido. Prego espetado, obra pendurada, a bolha do nível confirma que está direito e Nuno desabafa: "Não consigo ver um quadro torto. Começa logo a doer-me a vista".
"Agora, já falta espaço"
"Olha, está ali outra gravura tombada", avisa Guilherme Vieira, outros dos ajudantes, também ex-aluno de 20 anos. Tombou porque, não estando encaixilhada, como muitas outras, teve de ser aplicada directamente no painel de madeira, com as devidas protecções para não estragar o trabalho, e a cola não teve força para a não deixar fugir.
No dia em que o JN acompanhou a montagem da maior exposição da bienal, no Pavilhão Gimnodesportivo de Alijó, a equipa de trabalho estava ali reduzida àqueles três protagonistas. Nuno Canelas explica que "há mais coisas para fazer do que a instalação das exposições".
Andavam já os três na labuta quando aparece Daniel Hompesch, artista plástico de 62 anos, que passou quase década e meia na Póvoa de Varzim e que também esteve na génese da Bienal Internacional de Gravura do Douro, há dez anos. "É, sem dúvida, uma grande exposição. No início, só ocupávamos metade do pavilhão. Agora, já falta espaço", admira-se. Rebuscando na memória, Nuno Canelas lembra-lhe que a primeira vez foi por concurso. Que apareceram 318 gravuras, mas que só 180 mereceram figurar na bienal. Ocuparam metade do pavilhão e a biblioteca.

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